Sueco ganha Nobel de Medicina por desvendar o DNA Neandertal
O prêmio Nobel da Academia Sueca de Ciências reconheceu, nesta segunda-feira (3), o trabalho de Svante Pääbo, atual diretor do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva em uma área fundada por ele, a paleogenética, campo de pesquisa que Pääno tem dedicado a decifrar o genoma do homem de Neandertal, o mais próximo parente com o qual o Homo sapiens já conviveu.
Ele dedicou pelo menos três décadas à tentativa de extrair material genético de fósseis de mais de 40 mil anos. Até as primeiras pesquisas de Pääbo serem divulgadas, acreditava-se que o DNA jamais poderia ser extraído de fósseis milenares – nem muito menos sequenciado. Acreditava-se que o material genético tende a se degradar com o passar do tempo.
O seu trabalho premiado revelou que os neandertais eram diferentes dos humanos modernos, mas se relacionaram com eles. Humanos modernos e neandertais compartilharam um ancestral comum que viveu há cerca de 600 mil anos. Pääbo e sua equipe também descobriram evidências genéticas de que, durante períodos de coexistência, humanos modernos e neandertais tiveram filhos juntos.
Pääbo inclusive esteve no Brasil em 1992. Ele foi convidado por Sérgio Penna, geneticista brasileiro, que chegou a enviar ao laboratório do cientista sueco amostras de Luzia – o fóssil mais antigo de hominídeo achado no Brasil, de 11 mil anos. A ideia era tentar sequenciar seu DNA.
“Com a tecnologia da época, era impossível. […] Embora os neandertais sejam muito mais antigos, seu DNA foi mais bem preservado do que o de Luzia.”, contou Penna ao jornal O Estado de S.Paulo.
Foto: Reprodução / Getty Images
Por: Luciana Freire / Metro1
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