Bashar al-Assad deixa Damasco e rebeldes tomam capital síria; entenda o conflito
O conflito entre as forças rebeldes lideradas por extremistas islâmicos e o ditador Bashar al-Assad começou em 2011
O presidente sírio Bashar al-Assad deixou Damasco rumo a um destino desconhecido neste domingo (8), segundo oficiais seniores do exército. Enquanto rebeldes afirmam ter entrado na capital sem encontrar resistência militar, o paradeiro de Assad permanece incerto. O Ministério de Relações Exteriores da Rússia confirmou que o presidente deixou a Síria, mas não revelou para onde.
“Celebramos com o povo sírio a notícia da libertação de nossos prisioneiros e da liberação de suas correntes e anunciando o fim da era de injustiça na prisão de Sednaya”, disseram os rebeldes. Sednaya é uma grande prisão militar nos arredores de Damasco, onde o governo sírio deteve milhares.
A aeronave onde Assad estaria a bordo voou inicialmente em direção à região costeira da Síria, mas fez uma curva em U abrupta e seguiu na direção oposta por alguns minutos antes de desaparecer do mapa. Horas antes, os rebeldes já haviam anunciado que obteram controle total da cidade-chave de Homs após apenas um dia de combates.
Rebeldes atiraram para o ar em comemoração, e jovens rasgaram cartazes do presidente sírio, cujo controle territorial entrou em colapso em uma retirada vertiginosa de uma semana pelos militares. O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, afirmou neste domingo que Assad “fugiu do país” depois de perder o apoio da Rússia. Paralelamente, a Casa Branca afirmou que o governo de Joe Biden acompanha “com atenção” os “extraordinários acontecimentos” en curso na Síria.
Entenda o que está acontecendo na Síria
O conflito entre as forças rebeldes lideradas por extremistas islâmicos e o ditador Bashar al-Assad não é recente, tendo iníco em 2011. No entanto, um novo impulso aconteceu nos últimos dias após insurgentes lançarem uma ofensiva de surpresa no fim de novembro.
Desde então, os rebeldes já tomaram Aleppo e Homs, segunda e terceira maiores cidades do país, e agora a capital Damasco, onde estão concentradas as Forças Armadas do país.
O líder dos rebeldes, Abu Mohammed al-Golani, afirmou ao jornal americano “The New York Times” que o objetivo do movimento é libertar a Síria do “regime opressivo” de Assad, no poder há 24 anos.
O movimento extremista Hayat Tahrir al-Sham (HTS), ou Organização para a Libertação do Levante, que comanda a ofensiva, surgiu como uma filial da Al Qaeda, grupo terrorista por trás dos atentados do 11 de Setembro.
Por: Metro1