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Jaguaripe: dono de pousada descobriu irregularidades nas contas da empresa antes de morrer; ouça áudio

Um trecho em áudio de uma suposta conversa entre Leandro Troesch e Maqueila Bastos aumenta ainda o mistério em torno da morte do empresário e ex-detento, dono da pousada Paraíso Perdido, na cidade de Jaguaripe, no Recôncavo baiano.

Na gravação, um homem, que seria Leandro, diz que está numa “situação bem vulnerável”, após descobrir um problema nas contas da Pousada e relata que estava sendo medicado por transtornos emocionais.

A gravação, que circula em grupos de aplicativo, teria sido realizada 15 dias antes de sua morte, ocorrida no dia 25 de fevereiro. A pessoa com quem ele estaria conversando seria Maqueila Santos, amiga de sua esposa, Shirley Silva Figueredo. Maqueila está presa em Salvador sob suspeita de envolvimento na morte de Leandro.

De acordo com a gravação, Leandro responde a um comentário de Maqueila e, na conversa, expõe que encontrou problema nas contas da pousada, referente ao período que estava ausente.

“Nêga, vou lhe ser bem honesto e bem sincero no que eu tô lhe  falando. Nenhuma das pessoas falaram mal de você. Ninguém falou nada de você. Eu estou numa situação bem vulnerável como eu já tinha lhe dito. Eu preciso entender melhor as coisas que está acontecendo, sabe? Eu estou mexendo no sistema e achei contas que não, não foi legal, sabe? Então primeiro eu preciso me preparar para ter qualquer tipo de conversa, não é com você, é com várias pessoas, sabe? Várias pessoas. E eu não estou em um momento legal pra isso (sic)”, diz o trecho da conversa divulgada pela reportagem do CORREIO.

No meio da gravação, Leandro fala que conversaria com Maqueila em um outro dia, e que inclusive teve boas referências dela, dadas por Marcel Silva, o Billy, ex-presidiário e funcionário da pousada, assassinado um dia antes de prestar depoimento sobre a morte do patrão.

“Então eu prefiro que a gente tenha uma conversa saudável, sabe não tenha nenhum tipo de de estresse, nenhum tipo de nada, sabe? Eu sei que você quer mostrar que você é uma pessoa diferente, sabe? Eu sei que você quer mostrar uma pessoa que precisa de uma nova oportunidade, eu sei de tudo, sabe? Sei de tudo. Isso, Billy me encheu meu saco a vida toda falando que você é uma pessoa sabe? Mas não é o momento, não é o momento, sabe? Eu preciso entender muita coisa do que está acontecendo ainda, sabe? (sic)”,

Leandro finaliza a conversa com Maqueila dizendo que está com problemas psicólogos. “Preciso reorganizar minha vida relacionada a muita coisa, muita coisa e na próxima semana aí com fé em Deus se der certo minha cabeça no lugar, estou indo pra psiquiatra, estou tomando remédio, sabe? Estou estou bem debilitado fisicamente, sabe? Então espero só que você entenda, só isso mesmo. E já já a gente vai sentar pra conversar, pode ter certeza (sic)”, diz trecho.

Perícia

A gravação começou a circular através de mensagens logo no início da manhã desta quarta-feira (6).  O advogado de Maqueila, Paulo Pires, tomou ciência da conversa por volta das 10h30, pouco depois de chegar à Delegacia Especializada de Repressão a Crimes contra Criança e Adolescente (Dercca), onde Maqueila está custodiada provisoriamente para interrogatório. Ele disse que, diante dos problemas, o empresário pode ter tirado a própria vida.

“Eu estou tomando conhecimento deste áudio agora de uma comunicação entre Leandro e Maqueila. Ele disse que estava com muitos problemas financeiros com a  pousada, ele teria que voltar para a cadeia porque só saiu para a prisão domiciliar para fazer uma cirurgia. Quem está preso, sai, depois volta novamente pra cadeia sabendo que vai ter que cumprir uma pena alta, isso tudo pode ter mexido com a cabeça dele. Ele estava com depressão. Eu não estou dizendo que ele (Leandro) tenha se matado, mas estou dizendo que essa linha tem que ser explorada a fundo pra se saber na realidade o que foi que houve”, declarou Paulo.

A reportagem procurou o titular da Delegacia de Jaguaripe, delegado Rafael Magalhães, para saber se tem conhecimento da gravação, se o áudio está  no inquérito e foi periciado ou se será acrescentado às investigações, mas o responsável pela apuração não respondeu. A reportagem procurou também a Polícia Civil, mas não obteve resposta.

#RevistaRecôncavo – com informações do jornal Correio24horas.

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