Parte dos brasileiros que devem ser resgatados pela Força Aérea Brasileira (FAB) em Israel, depois de o Hamas ter atacado o país e iniciado uma guerra no sábado (7/10), são evangélicos que realizavam turismo religioso.
Mais de 100 fiéis de pelo menos duas caravanas religiosas foram surpreendidos em Israel com os ataques do grupo extremista islâmico armado Hamas, que atingiu o país com bombas e atiradores por terra, deixando centenas de mortos, na maior parte civis. Na sequência, Israel bombardeou a Faixa de Gaza e declarou guerra.
Líder de uma caravana com 37 pessoas, o presidente da Embaixada Internacional Vida, Bueno Junior, disse que já esteve em Israel 15 vezes e nunca havia se deparado com uma situação como a que viveu no sábado.
Presos no país
O ataque do Hamas aconteceu no mesmo dia que a caravana deveria deixar o país. Segundo o líder do grupo, 19 brasileiros conseguiram sair de Israel de avião via Dubai e Etiópia.
A primeira aeronave, um KC-30 com capacidade para 230 passageiros, partiu de Natal (RN) no início da noite de domingo (8/10), mas vai esperar em Roma, na Itália, autorização para completar a viagem até o país em conflito. Não há previsão de quando isso será possível.
Viagem dos sonhos
Outro grupo religioso brasileiro que está preso em um hotel de Jerusalém é a Caravana Novos Começos, liderada pelo pastor Felipe Valadão, da Igreja da Lagoinha em Niterói (RJ). De acordo com ele, são 103 pessoas.
O pastor Saulo Mattos, de Alagoas, que faz parte do mesmo grupo, contou para a TV Gazeta que estavam no restaurante do hotel no momento do bombardeio. Os garçons corriam e pediam para que os clientes ficassem longe da janela, segundo o religioso.
“Acho que todo cristão sonha em conhecer a Terra Santa. Essa viagem representava muito pra mim, é uma viagem que me programei, que sonhei. Mas fomos surpreendidos hoje cedo com as sirenes. Os turistas brasileiros estão apavorados”, disse.
Questão religiosa
Muitas lideranças religiosas se posicionaram a favor de Israel no conflito. Isso porque existe uma interpretação em boa parte do meio evangélico de que a retomada do território de Israel, depois do Holocausto, foi um sinal do fim dos tempos.
Essa parte dos evangélicos tem uma interpretação do livro de Apocalipse, na Bíblia, de que Jesus Cristo vai voltar pela segunda vez por Israel, considerado Terra Santa não só para cristãos.