A construção da megaponte que ligará Salvador à Ilha de Itaparica, com 12,4 quilômetros de extensão, está mais próxima de ser concretizada. O acordo renovado entre o Governo da Bahia e o consórcio de empresas chinesas, formado pela CR20 e a CCCC, prevê um investimento total de R$ 9 bilhões, incluindo recursos públicos e privados. O contrato original, assinado em 2020, previa R$ 6,3 bilhões, sendo R$ 1,5 bilhão oriundos do governo baiano.
O novo acordo, que ainda precisa da aprovação do Tribunal de Contas do Estado (TCE-BA), revisa o valor da obra e ajusta pontos relacionados à viabilidade econômica, especialmente considerando o impacto da pandemia nos preços da construção civil. A proposta foi bem recebida, mas os técnicos do TCE seguem avaliando os termos do contrato. O presidente do Tribunal, conselheiro Marcus Presídio, deve levar a análise ao plenário até o final de dezembro.
A ponte, que terá um prazo de quatro anos para ser concluída após o início das obras civis, será a segunda maior do Brasil, atrás apenas da Rio-Niterói. Quando pronta, a infraestrutura será a maior da América Latina em extensão sobre o mar. O cronograma também inclui a duplicação da rodovia BA-001 na Ilha de Itaparica e a criação de novas vias expressas, além de melhorias em Salvador, com viadutos e túneis.
Entretanto, a obra gera divisões. Para os ambientalistas, a construção da ponte pode prejudicar ecossistemas locais, como manguezais, além de provocar um crescimento urbano desordenado. A população da ilha também demonstra receio quanto aos impactos, enquanto os representantes do setor portuário temem um aumento no custo das atividades.
Ainda assim, o governo estadual vê na ponte uma importante via para reduzir as distâncias no baixo-sul da Bahia, ligando Salvador a cidades turísticas como Morro de São Paulo e Barra Grande. A expectativa é que o fluxo de veículos diário atinja 28 mil unidades, com uma redução significativa nas distâncias entre Salvador e o sul do estado.