Mais um dia de trabalho se iniciava para o tatuador Bruno Moreira, de 31 anos, dono de um estúdio em Lauzane Paulista, na zona norte de São Paulo. Na data, no início do ano, estava marcada uma sessão para eternizar uma caveira na pele de um cliente que havia feito o orçamento meses antes por WhatsApp.
Tudo corria bem até o profissional notar um elemento acrescido no desenho: uma suástica, símbolo do nazismo alemão de Adolf Hitler. O regime se caracterizou, entre outras questões, por defender a supremacia branca e o ódio contra grupos como judeus e negros.
Bruno resolveu, então, nem iniciar o procedimento e devolver o dinheiro. “O cliente alegou que defendia esse idealismo político e distorceu a história, defendendo o lado nazista, como se eles não tivessem sido tão cruéis assim. Eu simplesmente optei por não fazer o desenho”, contou, em entrevista ao Metrópoles.
O tatuador se recorda que o cliente insistiu na tatuagem, mas o profissional não cedeu. “Expliquei do jeito mais educado possível que não tinha interesse em executar o trabalho ou atender pessoas com esse idealismo. O cliente ficou chateado, tentou argumentar e defender seu ponto, mas, no final, pegou o dinheiro e foi embora”, lembrou.
O profissional pontuou que esta foi a primeira vez em que recusou fazer um trabalho pelo conteúdo. “Me vi na obrigação de não realizar o desenho, me senti impactado em saber que até hoje existem pessoas que defendem essa barbaridade”, ressaltou.