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Feira de Santana: Morre Jorge de Angélica, ícone do reggae na Bahia

Morreu nesta segunda-feira (30), em Feira de Santana, um dos maiores nomes do reggae na Bahia, o cantor e compositor Jorge de Angélica. Aos 64 anos, o artista estava internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24 Horas) do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA). Devido a problemas de saúde, shows da agenda do artista chegaram a ser cancelados.

Jorge de Angélica era um nome histórico do reggae. Em 2023, lançou a música ‘Gari’, uma homenagem aos profissionais da limpeza pública. Sempre engajado em causas sociais, o reggaeman mantinha também o projeto social Mão Angelical, sediado no bairro Rua Nova, berço do artista que tinha 49 anos de carreira e defesa do reggae.

Um dos últimos shows do artista foi o ‘Cobra Coral’ no último mês de agosto que marcou a reunião, após uma década, da Trilogia do Reggae, formação que conta com Jorge de Angélica, Gilsam e Dionorina, dois amigos de longa data do músico.

O corpo está sendo velado na Pax Cristo Rei – Centro de Velório Gilson Macedo, na Rua Arnold Silva, 217 – Kalilândia. O sepultamento está marcado para 15h, desta terça-feira (31), no Memorial Jardim das Flores.

Com mais de 40 anos de carreira, Jorge de Angélica é o principal fundador do Afoxé Pomba de Malê e criador dos projetos “Cobra Coral” e “Mão Angelical Jesus com Gente”. Neste ano ele lançou o clipe da música Gari, gravado no bairro Rua Nova. A canção é uma homenagem aos agentes de limpeza pública. Jorge de Angélica é referência em história, produção e representação do estilo musical. Juntamente com Tonho Dionorina e o Gilsam, eles formam a Trilogia do Reggae Feirense que influenciam até hoje as novas gerações que produzem o estilo nacionalmente.

O cantor, que foi criado nas casas de terreiros da Rua Nova, já foi intimado a se retirar do palco pela polícia pelas letras de conscientização. Ele tem composições premiadas no Brasil afora, como “Bahia Negra e Cobra Coral” que traduzem a realidade do negro brasileiro e o seu lugar na sociedade. Em entrevista ao Acorda Cidade neste ano, Jorge de Angélica destacou que o reggae tem uma função: denunciar, provocar e divergir.

“Porque o reggae não é aquela música que você vai cantando qualquer mulequeira; tem essa esse lado social, religioso e musical que é denunciar as mazelas da sociedade. O reggae só é reggae quando ele cita a verdade acima de tudo”, disse.

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