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Vírus da Covid contribui para desenvolvimento de Alzheimer, diz estudo

Pesquisadores da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, descobriram que os vírus causadores da Covid-19, herpes-zóster, herpes labial e varicela são agravantes que podem levar a um maior risco de demência e Alzheimer após a infecção. A pesquisa, publicada em setembro de 2022 na plataforma de estudos em pré-print bioRxiv, está em andamento e deve ser divulgada oficialmente em março deste ano.

Até o momento, não existe cura para a doença de Alzheimer. Os tratamentos disponíveis consistem principalmente na prevenção e na redução de fatores agravantes, como pressão alta e diabetes.

Para a realização da pesquisa, os cientistas usaram uma tecnologia de ponta para investigar o RNA mensageiro (mRNA) e as redes de proteínas do sistema olfativo de pacientes com Alzheimer. Ao focar no ponto de entrada mais vulnerável do cérebro, o nariz, eles descobriram evidências de uma resposta viral forte.

O corpo utiliza uma sequência específica de mRNA para produzir uma rede de proteínas que são usadas para combater certos vírus. Os cientistas explicam que, em alguns casos, o organismo continua a ativar essas vias mesmo depois que o vírus é eliminado, levando a inflamações crônicas e danos nos tecidos.

O processo da doença de Alzheimer pode começar alguns anos antes dos sintomas aparecerem. Os pesquisadores sugerem que os vírus agem desencadeando uma série de eventos que leva à doença e depois desaparecem — quando eles analisaram os cérebros dos pacientes, não encontraram componentes virais detectáveis.

Ação do vírus

Muitos dos vírus associados à demência, incluindo o da Covid-19 e da herpes-zóster, entram no nariz e interagem com o sistema olfativo. O olfato é diariamente bombardeado com odores, poluentes e patógenos. As partículas inaladas pelo nariz se ligam a algumas células receptoras olfativas no tecido que reveste a cavidade nasal.

Esses receptores enviam mensagens para outras células do bulbo olfativo, que age como uma estação transmissora de mensagens ao longo do nervo olfativo. As informações são então transferidas para a área do cérebro responsável pela aprendizagem e memória, o hipocampo, que também desempenha um papel crítico na atribuição de informações contextuais aos odores.

O hipocampo é drasticamente afetado pelo Alzheimer. De acordo com os pesquisadores, entre 85% e 90% dos pacientes com Alzheimer apresentam um sinal precoce de perda olfativa. No entanto, o mecanismo que leva a tal perda é relativamente desconhecido.

Assim como os músculos que atrofiam pela falta de uso, os pesquisadores acreditam que a privação sensorial leva à atrofia das regiões do cérebro que interpretam essas informações.

Os cientistas defendem que a realização de mais pesquisas investigando como as infecções virais podem desencadear a neurodegeneração podem ajudar no desenvolvimento de medicamentos antivirais e vacinas contra os vírus implicados na doença de Alzheimer.

#RevistaRecôncavo | conteúdo Metrópoles

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