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Peixe-leão é encontrado e capturado por especialistas na costa da Bahia

Espécie apresenta riscos diretos ao equilíbrio dos ecossistemas marinhos, sua população cresce rapidamente e não possuem predadores naturais no litoral brasileiro

Um peixe-leão (Pterois volitans), espécie bioinvasora, foi encontrado e capturado na costa baiana pela primeira vez. O registro foi feito em uma operação de monitoramento do animal, na região de Morro de São Paulo, Baixo Sul do estado. O exemplar foi capturado e trazido para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), nesta sexta-feira (14), e passará por análises e estudos em parceria com a Universidade Federal da Bahia (UFBA).

“Recebemos a notificação que haveria um exemplar nos corais da ilha. Encaminhamos uma equipe para inspecionar o local, juntamente com um mergulhador local, que teria avistado o animal no sábado (8). Na quinta-feira (13), confirmamos o registro inédito do peixe-leão na Bahia, capturamos e trouxemos para o Cetas. Daqui para frente daremos os devidos encaminhamentos”, contou o secretário do Meio Ambiente, Eduardo Mendonça Sodré Martins. A equipe responsável pela operação de monitoramento contou com biólogos, oceanógrafos e veterinários da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema).

Apesar de parecer inofensivo, o peixe-leão apresenta riscos diretos ao equilíbrio dos ecossistemas marinhos, sua população cresce rapidamente, e não possuem predadores naturais no litoral brasileiro. Ao competir por alimentos, pode diminuir consideravelmente o desenvolvimento de outros peixes e crustáceos, impactando na cadeia da pesca. Na fase adulta ele alcança até 47 cm com 18 espinhos venenosos, representando uma grande ameaça para a biodiversidade local e riscos à saúde humana.

Segundo a oceanógrafa da Sema, Alice Reis, a origem do animal será investigada. “Existe a possibilidade de ter sido trazido pelas correntes marítimas, ainda na forma de larva, vindo do estado de Pernambuco, onde há registros do aparecimento e reprodução em grande escala. Também trabalhamos com a hipótese de que seja fruto de uma reprodução local, o que indicaria a presença de mais animais na nossa costa. Neste momento é essencial que pescadores, mergulhadores e banhistas estejam atentos e comuniquem o aparecimento de outros exemplares do peixe-leão”.

A SEMA e o INEMA monitoram a situação e reforçam a importância da colaboração da sociedade na contenção do peixe-leão na costa baiana. Quem o avistar não deve capturá-lo, em caso da pesca acidental ele não deve ser devolvido ao mar. Em ambas as situações, o importante é entrar em contato imediato com o Inema pelo Disque Denúncia 0800.071.1400, pelo e-mail denuncia@inema.ba.gov.br ou pelo Resgate no What’s App 71 99661.3998.

Por: Metro1

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