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Operação Fogo Amigo: Policiais presos vendiam 10 mil munições e 20 armas por mês para o tráfico na Bahia

Os dez policiais militares da Bahia que foram presos nesta terça-feira (21), durante uma operação da Polícia Federal, desviaram, em média, 10 mil munições e 20 armas por mês para a facção criminosa Bonde do Maluco (BDM). A lista inclui armamentos como fuzil, pistolas e escopetas. Parte delas era desviada durante apreensões e outra parte era conseguida através de registros laranja de Caçador, Atirador e Colecionador (CAC). Dois capitães da Polícia Militar estavam envolvidos no esquema. Foram presos também um bombeiro, um PM de Pernambuco e donos de lojas de armas.

O delegado regional da Polícia Federal, Rodrigo Motta, explicou que a investigação começou há cerca de um ano como um desdobramento de outra operação, realizada na cidade de Juazeiro, no norte da Bahia. A suspeita é de que o grupo estava agindo há cerca de dois anos vendendo armas para o tráfico. Foram bloqueados R$ 10 milhões em bens dos suspeitos. A estimativa é de que somente um deles movimentou R$ 2 milhões.

“Identificamos durante a operação em Juazeiro que existia uma outra organização criminosa que fornecia o armamento e a munição que eles usavam. Foi isso que levou a operação que deflagramos hoje. Foram expedidos 33 mandados de busca e apreensão e 20 mandados de prisão”, explicou.

Nesta terça (21), foram cumpridos 19 mandados de prisão, a maioria na Bahia – houve uma prisão por porte ilegal de arma – e 24 de busca e apreensão. Os policiais federais estiveram em bairros como Graça, Lobato e Pirajá, e em cidades como Juazeiro, Porto Seguro, Vera Cruz e Santo Antônio de Jesus. Os investigadores também cumpriram mandados em Petrolina (PE) e Arapiraca (AL).

Em Salvador, um dos suspeitos resistiu a prisão e foi baleado. O nome dele não foi divulgado, mas já se sabe que não se trata de um policial militar e que ele está internado.

Entre os dez policiais militares baianos, dois são capitães, incluindo um ex-subcomandante da 41ª Companhia Independente (CIPM/ Federação). O modus operandi tinha dois caminhos: armas que eram apreendidas durante operações eram desviadas antes de serem registradas e registros laranjas de colecionadores, que compravam as armas de forma legal, mas desviavam o material para o tráfico. A polícia não informou o nome da facção que recebias as armas, mas o CORREIO apurou que era o BDM.

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