
Rosália Maria Negrão Pita, acusada de matar o namorado em 13 de março de 2012, foi absolvida pelo Tribunal do Júri de Valença (a 76 km de Santo Antônio de Jesus) no dia 24 de setembro de 2024, após aguardar 12 anos por seu julgamento.
Filha vira advogada e assume a defesa
A própria filha de Rosália, Camila Pita, hoje advogada, conduziu a defesa. Aos 14 anos, Camila foi surpreendida pela prisão da mãe:
Formada em Direito durante o período em que Rosália permaneceu em liberdade provisória, Camila apresentou argumentos técnicos e emocionais que convenceram o júri.
Ausência de provas e laudos periciais
Pólvora e resíduos de chumbo: laudos periciais atestaram resultado negativo nas mãos da acusada e da vítima.
Manchas de sangue: detectadas no vestido de Rosália, foram explicadas pela defesa como resultantes da tentativa de socorro ao namorado.
Perícia de legista particular: o médico Luis Carlos Cavalcante Galvão reforçou que o sangue era compatível com os ferimentos de José Antônio, e não com disparo de arma de fogo.
Ainda assim, inicialmente o juiz Reinaldo Peixoto Marinho acatou indícios suficientes para levar o caso a júri popular. O advogado Fabiano Pimentell, que também integrou a defesa, ressaltou:
“NÃO HÁ NENHUM ELEMENTO MÍNIMO PROBATÓRIO QUE A VINCULE AO DISPARO”.
Esperança e alívio após a absolvição
Nos dias que antecederam o julgamento, Camila confessa ter sentido grande pressão:
“MEU FOCO E DETERMINAÇÃO ERAM TÃO GRANDES QUE EU MAL CONSEGUIA ME ALIMENTAR E DORMIR”.
Ao ouvir o veredicto de inocência, Rosália desabafou à imprensa:
“TER MINHA FILHA ALI COMIGO FOI MOTIVO DE MUITO ORGULHO”.
Contexto e desdobramentos
O crime ocorreu em 2012, quando José Antônio Silva Braga foi encontrado morto em Valença.
Rosália colaborou com todas as etapas da investigação e respondeu ao processo em liberdade.
O caso ilustra a importância do devido processo legal e do papel de uma defesa bem fundamentada.