
O médico e presidente da Federal Roraimense de Futebol (FRF), Samir Xaud, foi eleito, neste domingo (25), presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Ele assume o cargo após Ednaldo Rodrigues ter sido afastado da presidência por decisão judicial, no início do mês. Xaud vai comandar a entidade até 2029.
O resultado não é uma surpresa. A Assembleia Extraordinária apenas confirmou o já esperado desde a saída do então presidente Ednaldo Rodrigues.
O novo presidente tem 41 anos e é filho do dirigente da FRF, Zeca Saud, que comanda a entidade há 42 anos, um dos mais longevos comandantes de federações no país. Samir foi eleito com apoio de 25 das 27 federações e de 10 dos 40 clubes das Séries A e B aptos a votar.
No primeiro pronunciamento, após a eleição, Samir Xaud afirmou que seu compromisso é “construir uma nova CBF”, pautada pela unidade, modernização e transparência. “É tempo de reconstruir a confiança”, afirmou.
Entre os principais compromissos assumidos, ele citou a reforma do calendário, a criação de um Grupo de Trabalho para discutir o fair play financeiro no futebol e o apoio ao desenvolvimento das ligas.
Xaud citou que vai incentivar mais diversidade na CBF, apontando a retomada da Taça Indígena, mais ações antirracistas e mais investimentos no futebol feminino. Ele cravou que a Copa do Mundo, que será realizada no Brasil em 2027, será um marco neste segmento.
Xaud apresentará o novo técnico da seleção brasileira, Carlos Ancelloti, e deve participação do anúncio dos primeiros convocados pelo treinador italiano.
O Brasil enfrenta no dia 5 de junho a seleção do Equador, em Guayaquil, pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2026.
Candidatura única, mas com divergências
O sistema de votação foi questionado por clubes. 20 times rejeitaram o apoio a Xaud por discordarem do método usado na eleição. O formato atual atribui pesos diferentes aos votos: clubes da série A têm peso 2, da série B têm peso 1 e as federações têm peso 3. Os críticos apontam que esse formato é desigual e pouco representativo, desconsiderando a relevância dos times e suas torcidas no processo de decisão.
Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), até tentou disputar a eleição, mas não obteve o número mínimo de apoio das federações. Ele tinha apoio de mais clubes do que o vencedor.
Apenas Botafogo, Palmeiras, Vasco e Grêmio (na série A) e Amazonas, CRB, Criciúma, Paysandu e Volta Redonda (Série B) apoiaram o novo presidente.
No pronunciamento após a eleição, o novo presidente destacou que este é um novo momento para o futebol brasileiro, que exige união entre as entidades. Citou que a candidatura de Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), “qualificou a disputa”, e fez questão de reconhecer o trabalho de Ednaldo Rodrigues, afirmando que as conquistas da gestão anterior serão preservadas.
Sucessão
Xaud assume o comando da CBF após o baiano Ednaldo Rodrigues ter sido afastado do cargo por decisão judicial. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, por meio de decisão do desembargador Gabriel de Oliveira Zefiro, confirmou que houve falsificação da assinatura do Coronel Nunes, um dos vice-presidentes da entidade, no documento que assegurava a eleição de Ednaldo em 2022.
Na sequência, o vice-presidente Fernando Sarney assumiu o cargo e convocou novas eleições. Horas depois, Samir Xaud recebeu o apoio de 25 federações.
Em janeiro, Samir Xaud foi eleito para presidir a Federação Roraimense de Futebol, também como candidato único.
Conteúdo:Brasil de fato