Enaltecendo a diversidade de estilos e perspectivas na literatura e arte brasileiras, a 10ª edição da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica) começou nesta quinta-feira (3), no Recôncavo Baiano. A mesa de abertura reuniu expoentes da literatura e música contemporâneas, como o rapper MV Bill e as escritoras Cidinha da Silva e Auritha Tabajara. O evento segue até domingo (6).
O lançamento da Flica aconteceu no início da manhã na Tenda Paraguaçu, que tem vista para o rio de mesmo nome que banha os municípios de Cachoeira e São Félix. Na solenidade, a secretária de cultura do estado, Arany Santana, falou sobre o tema deste ano: ‘Liberdade, Literatura e Brasis’, e da centralidade das manifestações populares e dos povos negros e originários nessa narrativa.
“Essa temática foi pensada exatamente para tal protagonismo: às manifestações populares, ao povo que constitui esse país, aos povos originários, indígenas e negros. Para nós da cultura, é muito importante a Flica ser retomada após dois anos de pandemia, pois é um grande encontro com muita aglomeração, com os estudantes participando, com o protagonismo da juventude. A Flica chegou na hora certa e é nessa terra, com esse povo, que há 200 anos luta por liberdade! Então só podia se aqui, em Cachoeira”, refletiu a gestora.
Na cerimônia estiveram presentes ainda os secretários, Danilo Melo (Educação), Maurício Bacelar (Turismo), Fabya Reis (Sepromi) e Julieta Palmeira (Políticas para as Mulheres). O diretor da Fundação Pedro Calmon, Zulu Araújo, e a diretora da Fundação Hansen Bahia, Vanessa Dantas, também marcaram presença na abertura da Flica.
Diversidade
Na programação da Tenda Paraguaçu destacam-se as escritoras Lívia Natália, Calila das Mercês e Luciany Aparecida; a narrativa contemporânea da história política do Brasil, com Mário Magalhães e Guilherme Amado; e a independência de Cuba e da América Latina, com o poeta cubano Yamil Diaz Gomez. Sulivã Bispo, Luana Souza, Amara Moira, Letícia Nascimento, Carla Akotirene, Marcia Kambeba, Bárbara Karine e Tiago Rogério também estão na lista.
Edgard Abbehusen, um dos curadores da festa literária, explica que a escolha dos convidados para compor as mesas buscou autores que falassem e vivessem a diversidade, a exemplo de indígenas, negros e LGBTs. “O país está precisando falar sobre isso, a gente está precisando falar sobre cultura, sobre livros. A Flica volta em um momento que a gente está com o coração cheio de esperança. Então é aquele respiro, aquele alívio, falar sobre incentivo à leitura e à escrita”, disse.
Fliquinha
A Praça Ubaldino de Assis abriga a Fundação Pedro Calmon que, por meio da campanha Leia e Passe Adiante, está com um espaço para contação de histórias, leitura e diversão.
Para os adolescentes a programação da Geração Flica ocupa a Fundação Hansen, onde a Secretaria de Educação (SEC) instalou o espaço Educar para Transformar. Recital de poesia, exposição e leitura de cordel de alunos das escolas públicas, samba de roda, dança afro, dança do ventre e coral dos estudantes estão entre as atrações.
No Reconversas, autores baianos contam histórias de Cachoeira, cidade histórica que abriga a Flica desde a sua 1ª edição, em 2011.
A programação completa do evento pode ser acessada no site flica.com.br.
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