A Bahia teve o segundo pior desempenho de elucidação de homicídios no Brasil nos anos de 2020 e 2021, segundo aponta o estudo anual “Onde Mora a Impunidade?”, realizado pelo Instituto Sou da Paz desde 2017.
Dos 5.087 crimes violentos que aconteceram em 2020, 603 foram esclarecidos, taxa de 12%. No ano seguinte, o número de homicídios foi de 5.215, com 783 deles elucidados, o que representa 15%. Vale lembrar que os anos que serviram como base para o cálculo foram o ápice da pandemia da Covid-19, o que dificultou o trabalho de investigação.
Os dados indicam um retrocesso na identificação da autoria deste tipo de crime, já que em 2019, o estado registrou taxa de 24% de esclarecimento. Naquele ano o estado baiano registrou 5.099 homicídios.
Para compor a pesquisa, foram solicitados aos Ministérios Públicos e aos Tribunais de Justiça de todos os estados, via Lei de Acesso à Informação, a quantidade de ocorrências de homicídio doloso que geraram denúncias criminais até um ano após a data do crime. Foram solicitados dados para calcular as taxas de esclarecimento para as mortes ocorridas em 2020 (e denunciadas até o final de 2021) e 2021 (denunciadas até o final de 2022).
Questionada sobre os números, a delegada-geral da Polícia Civil da Bahia, Heloísa Britto disse que ainda não teve acesso ao estudo, mas elencou o que tem sido feito pelo Estado para melhorar os índices de elucidação.
“O que eu posso já falar do âmbito da Polícia Civil é que só esse ano nós fizemos a prisão de mais de 1500 pessoas, tivemos mais de 50 operações só da Polícia Judiciária e o trabalho vai continuar’, iniciou a delegada-geral.
“O investimento tem sido feito. Nós estamos levando a expertise do DHPP para a Feira de Santana com a colocação do serviço de investigação do local de crime, que é uma demanda do governador. Estamos trabalhando para em 2024 interiorizar mais esse serviço. Cada vez que nós fortalecemos e trazemos mais especificidade técnica, mais conhecimento para os nossos servidores, é óbvio que isso reflete também na qualidade da elucidação dos nossos inquéritos policiais”, pontuou Heloísa Brito.