A Bahia tem o maior número de casos confirmados de catapora no Brasil em 2024, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Entre janeiro e 21 de agosto, foram registrados 482 casos, colocando o estado à frente de outros mais populosos, como São Paulo e Minas Gerais. No entanto, a Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) contabilizou até sábado (28) um total de 743 casos e 19 surtos da doença.
A catapora, ou varicela, é uma doença altamente contagiosa, provocada pelo vírus Varicela-Zoster, e é mais comum em crianças. Apesar de geralmente ser uma doença benigna, sua alta capacidade de transmissão preocupa as autoridades de saúde, que associam o aumento dos casos à vacinação insuficiente.
Durante uma visita ao Hospital Martagão Gesteira, em Salvador, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou a importância da vacinação como a principal medida de prevenção contra a catapora. “Temos vacina disponível, então, é preciso estimular que as crianças não deixem de ser vacinadas como forma de proteção contra essa doença”, afirmou a ministra.
Os dados do Ministério da Saúde mostram que Minas Gerais (472 casos), Roraima (382), Paraná (374) e Rio Grande do Sul (268) seguem a Bahia em número de infecções. Na Bahia, 147 dos 417 municípios registraram casos da doença, com as cidades de Prado, Pedrão e Pindobaçu liderando em infecções por habitante.
Apesar do número elevado de casos, a Sesab afirmou que a situação é melhor do que no ano passado, quando foram registrados 929 casos de catapora de janeiro a agosto, 20% a mais do que no mesmo período deste ano. A secretaria também informou que houve uma redução nas internações e nos surtos em relação ao ano anterior.
A catapora pode provocar sintomas como manchas vermelhas e bolhas no corpo, mal-estar, cansaço, dor de cabeça, perda de apetite e febre baixa. A recomendação das autoridades de saúde é que, ao perceberem os sintomas, as pessoas procurem atendimento médico e mantenham o afastamento de outras pessoas para evitar a propagação do vírus.
A maior incidência da doença tem sido observada em bebês menores de 1 ano e em crianças de 1 a 4 anos. Além disso, a incidência entre os gêneros tem sido quase igual, com 50,3% dos pacientes do sexo masculino e 49,7% do sexo feminino.
Em nota, a Sesab relatou que, até 24 de agosto, foram registrados 19 surtos de catapora em 11 municípios baianos, com Pindobaçu e Salvador apresentando o maior número de ocorrências. Apesar da redução em relação ao ano passado, o estado ainda enfrenta desafios para controlar a disseminação da doença.
O tratamento da catapora envolve o uso de analgésicos, antitérmicos e antialérgicos para aliviar os sintomas. A higiene adequada e cuidados específicos, como manter as unhas curtas e evitar coçar as lesões, são recomendados para prevenir complicações.
