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Apesar da negativa do presidente, Ministro da Casa Civil garante que adotará medidas restritivas em aeroportos

Apesar de o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) declarar que não fechará as fronteiras aéreas, mesmo diante da ameaça de uma nova variante da Covid-19 na África do Sul, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), garantiu que seguirá a partir de segunda-feira (29) a determinação da Anvisa.

“O Brasil fechará as fronteiras aéreas para seis países da África em virtude da nova variante do coronavírus. Vamos resguardar os brasileiros nessa nova fase da pandemia naquele país. A Portaria será publicada amanhã e deverá vigorar a partir de segunda-feira”, escreveu o ministro nas redes sociais.

A decisão foi tomada por uma equipe técnica, em reunião no Palácio do Planalto, formada por representantes da Casa Civil e dos ministérios da Saúde; da Justiça; e da Infraestrutura. Segundo divulgou o site Metrópoles.

A orientação vai de encontro a fala do presidente, feita a apoiadores no Palácio da Alvorada, nesta sexta-feira (26). “Não vai vedar, rapaz, que loucura é essa? Fechou aeroporto o vírus não vai entrar? Já está aqui dentro, não existe isso. Tem que aprender a conviver com o vírus”, declarou o presidente, ignorando os alertas da nova variante.

O que diz o Ministério da Saúde

Em conversa com a imprensa na manhã desta sexta-feira (26/11), o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, afirmou que a nova variante é uma grande preocupação e que a pasta vai discutir o assunto, ao longo do dia.

“A OMS se manifestou recentemente sobre essa nova variante na África do Sul, é uma variante de preocupação. Estamos discutindo isso, juntamente com os técnicos”, frisou Cruz.

O que recomenda a Anvisa

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou, na manhã desta sexta-feira, a proibição da entrada de voos e viajantes procedentes de África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue no Brasil.

As últimas informações veiculadas indicam que houve a notificação de 77 casos na África do Sul, quatro em Botsuana, um em Hong Kong (uma pessoa que voltou de viagem à África do Sul) e um em Israel (uma pessoa que voltou do Maláui) e um na Bélgica.

Países adotam medidas

Até o momento, ao menos 10 nações europeias e asiáticas, além dos Estados Unidos, anunciaram a adoção de medidas restritivas a voos de países da África, devido à nova variante do novo coronavírus – a Omicron.

Estados Unidos, Reino Unido, Itália, Holanda, República Tcheca, França, Cingapura e Israel suspenderam voos dos países sul-africanos. Japão, Índia e Taiwan aumentaram os procedimentos de controle.

Os bloqueios ocorreram após a reunião de emergência convocada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para discutir o problema.

A líder técnica da OMS, Maria van Kerkhove, pronunciou-se sobre a variante, na quinta-feira (25/11). A profissional ressalta que “ainda serão necessárias algumas semanas” para que se possa identificar exatamente qual o risco da nova mutação do Sars-CoV-2. Contudo, as medidas devem ser tomadas previamente.

O governo sul-africano criticou as medidas. A ministra das Relações Exteriores da África do Sul, Naledi Pandor, disse que a preocupação imediata “é o dano que esta decisão causará tanto às indústrias de turismo quanto às empresas de ambos os países”.

A cepa causa preocupação principalmente pelas mudanças na proteína Spike, usada pelo vírus para entrar em células humanas. Essa característica o torna potencialmente imune às vacinas.

Ivan Cerqueira | Revista Recôncavo
(Com informações do site Metrópoles)

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