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Com cachê de até R$ 1,2 milhão e ingressos que chegam a R$ 1,3 mil Gusttavo Lima puxa a ‘inflação artística’

A alta dos preços chegou também ao show business. E como não poderia ser diferente, existem os fatores determinantes. Por exemplo, se você é contratante e deseja ter o sertanejo Gusttavo Lima em seu evento, o show do ‘embaixador’ poderá custar até R$ 1,2 milhão. E se tiver data disponível.

E todo esse custo chegará, sim, ao consumidor final: você que levou horas e horas em frente à TV, assistindo as lives durante a pandemia. Agora, terá que desembolsar até R$ 1.300 reais em um ingresso para cair na balada, ao som do sertanejo.

“Existe uma demanda reprimida, lógico. As pessoas estão loucas para ir a um show, a uma festa… Só que, com os valores praticados no momento, há certo temor de não haver vazão, porque, infelizmente, nossos custos vão ser repassados para o consumidor, que terá que pagar por ingressos mais altos”, argumenta um empresário do ramo, em entrevista para o jornal Extra.

“Gusttavo tem hoje o maior cachê do Brasil. Mas ele entrega, cumpre o que promete, lota os shows e vende ingresso para um público muito fiel. Só que isso inflacionou o mercado todo, pois tem cantor aí que acha que pode cobrar o mesmo ou perto do que ele cobra sem ter a mesma performance. Para quem intermedia a venda desses nomes pelo país, ficou complicado”, opina uma produtora do Nordeste.

Foto: Reprodução 

Agora em novembro o Embaixador fará 12 shows. O primeiro da leva será em Morrinhos, em Goiás, para dez mil pessoas com ingressos que variam de R$ 80 a R$ 450. No de São Paulo, no Allianz Parque, em 11 de dezembro, o tíquete triplica e pode chegar a R$ 1,3 mil.

“Nova tabela”

Segundo a reportagem, assim como Gusttavo, que dobrou seu cachê entre 2019 e 2021, outros sertanejos seguiram a mesma trilha. Marília Mendonça, hoje a maior expoente feminina da sofrência, já não pisa num palco por menos de R$ 500 mil. Antes da pandemia e das lives recordistas no mundo, por R$ 250 mil, ela fechava negócio.

Marília Mendonça e as irmãs Maiara e Maraisa: cachês de R$ 300 mil a R$ 500 mil; Foto: Reprodução

“Maiara e Maraisa também reajustaram seus preços, obedecendo essa nova ‘tabela’”, ironiza uma fonte. A dupla, aliás, já tem show programado num camarote na Sapucaí no próximo carnaval.

O retorno dos shows está tão promissor,  que tem artistas ‘rasgando’ contrato. De acordo com o Extra, Bruno e Marrone, por exemplo, mesmo com as polêmicas e até discussões nas lives que fizeram, viram seu público crescer e, com isso, estão pedindo de volta até datas já fechadas anteriormente para refazerem os contratos sob novas condições financeiras e chegarem a mais capitais.

Bruno e Marrone: após lives polêmicas a dupla ganhou mais fãs e renegocia contratos; Foto: Divulgação 

A turma do piseiro também está faturando alto com a nova trend. João Gomes, por exemplo, até agora o nome mais bombado do gênero, está com a agenda lotada até o segundo semestre de 2022. O valor do rapaz de 19 anos cresceu após a apresentação dele no “Domingão do Huck”, ao lado de Ivete Sangalo, e já tem shows que custam R$ 400 mil.

João Gomes, aos 19 anos, o novo rei do piseiro FOTO: FOTOS DA GALERIA: DIVULGAÇÃO E REPRODUÇÃO/ INSTAGRAM

E você pensa que as lives acabaram? ‘Cabou’ nada! Só não serão mais de graça.

Como até segunda ordem, as apresentações precisam obedecer uma regra de ter apenas 50% da capacidade de público nos locais, os artistas estão tentando moldar um novo formato. “Será um híbrido, algo que já está acontecendo em alguns casos. Como não dá para atender a todos presencialmente, os cantores estão fechando parcerias com as empresas de vendas de ingresso para que existam os tíkets home. Assim, o fã pode curtir o mesmo show no conforto de sua casa, pagando menos, claro”, diz o diretor de uma tiqueteira.

Segundo ele, “não é hora de reclamar. O momento é de festejar a retomada da normalidade. Em breve todos estarão felizes de novo”.

Quem está pedindo mais:

Gusttavo Lima – entre R$ 700 mil e R$ 1,2 milhão;
Marília Mendonça – entre R$ 350 mil e R$ 500 mil;
João Gomes – entre R$ 200 mil e R$ 400 mil;
Chitãozinho e Xororó – R$ 500 mil;
Alok – R$ 450 mil;
Maiara e Maraisa – R$ 300 mil;
Bruno e Marrone – R$ 270 mil.

Ivan Cerqueira | Revista Recôncavo
Fonte: Jornal Extra

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