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Datafolha: governo Lula é aprovado por 38%; 30% reprovam

O índice de avaliação regular subiu de 27% para 30% no mesmo período.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fechou 2023 com 38% de aprovação dos brasileiros, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (7). O número é o mesmo registrado em setembro, e representa uma estabilidade na avaliação do presidente ao longo do ano.

A reprovação a Lula também se manteve estável, em 31%. O índice de avaliação regular subiu de 27% para 30% no mesmo período.

O perfil da aprovação presidencial é bem homogêneo, com as nuances seguindo as linhas básicas da campanha eleitoral. Lula é mais bem avaliado entre nordestinos (48%), quem tem menos escolaridade (50%) e quem ganha menos (45%).

Na mesma linha, sua reprovação sobe a 39% entre os sulistas, 38% entre os evangélicos e 47% entre os mais ricos.

O entorno presidencial pode comemorar tal estabilidade em meio a um ano arrastado na política, com decisões longamente proteladas, como a escolha dos novos titulares do STF e da PGR, e constantes atritos com o centrão de sua base parlamentar.

A gestão Lula também foi marcada até aqui pela falta de novas marcas, tendo reciclado com maior ou menor grau de repaginação diversos programas de seus mandatos anteriores, como o PAC e o Bolsa Família.

Esse marasmo se reflete na avaliação crescente e majoritária de que Lula fez menos do que o esperado neste primeiro ano.

No cenário internacional, aposta de destaque do presidente após o ostracismo proposital da gestão Bolsonaro, o desempenho de Lula acabou sendo marcado por contradições e vaivéns, como na questão da Guerra da Ucrânia, na relação com os Estados Unidos e Europa ou na agenda ambiental ambígua.

Assim, o bom resultado relativo pode ser debitado da economia, que deverá ter um crescimento acima do esperado, de 2,5% do PIB, e, mais importante, registra inflação estável e as menores taxas de desemprego desde 2014.

Lula voltou ao governo para um inédito terceiro mandato após ter liderado o Brasil de 2003 a 2010. Tal condição, como os números mostram, lhe tirou o frescor de novidade política e o levou a não repetir o desempenho de seu primeiro mandato: no fim de 2003, ele tinha 42% de ótimo/bom, 41% de regular e 15%, de ruim/péssimo.

Números semelhantes tinha Fernando Henrique Cardoso (PSDB) ao fechar 1995, enquanto Dilma Rousseff (PT) marcava 59% de aprovação, 33% de regular e 6%, de reprovação em 2011.

Já na comparação direta com Bolsonaro, que segue sendo seu maior opositor político, Lula se sai melhor. No fim de seu primeiro ano, quando não havia começado o período mais agudo da gestão, o então presidente tinha 30% de aprovação, 32% de avaliação regular e 36% de ruim/péssimo.

Os dados são fotografias, por óbvio. FHC e Dilma foram reeleitos, mas a sucessora de Lula acabou sofrendo impeachment em 2016, assim como Collor renunciou em 1992 para evitar o mesmo destino. E o criticado Bolsonaro quase venceu Lula no ano passado, perdendo o segundo turno por apenas 1,8 ponto percentual.

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