A mesma diferença proporcional que separou Jerônimo Rodrigues (PT) de ACM Neto (União Brasil) nas urnas no primeiro turno deve permanecer no segundo. Isso é o que aponta a pesquisa AtlasIntel/A TARDE, na primeira rodada nesta nova fase das eleições de 2022, quando ouviu 1.620 eleitores de 282 municípios no estado, no período de 9 a 13 de outubro. Nela, Jerônimo aparece com 55% dos votos válidos, enquanto ACM Neto (União Brasil) figura com 45% das intenções de votos do eleitorado baiano.
Nos votos totais, o petista figura com 54%, ao passo que o ex-prefeito de Salvador tem 44,2%. Votos brancos e nulos são 0,9% e “não souberam” totalizam 0,8%. No primeiro turno, quase dez pontos percentuais distanciaram os dois. Jerônimo conquistou a preferência de 49,45% do eleitorado baiano e Neto teve 40,80%.
Nessa pesquisa, foi perguntado ainda aos entrevistados em quem eles votaram no primeiro turno e em quem pretendem votar no segundo turno. 93,8% dos eleitores de ACM Neto disseram que seguirão votando nele. Já entre os eleitores de João Roma (PL), 89% disseram que votarão no ex-prefeito de Salvador. Entre os eleitores de Jerônimo, 99% pretendem repetir o voto no segundo turno e o petista ainda “herdou” 84,5% do eleitorado de Kleber Rosa (PSOL).
Perguntado se a candidatura de ACM Neto teria alguma sobrevida na segunda rodada de votação entre o eleitorado que se absteve no primeiro turno, o executivo-chefe da AtlasIntel, Andrei Roman, destacou que muito dificilmente isso aconteceria, pois a tendência apontada pelo levantamento é que há uma desidratação da candidatura do ex-prefeito de Salvador e os votos dos que se abstiveram não representariam um valor que pudesse permitir a Neto ultrapassar Jerônimo.
Isso é explicado, em parte, aponta Roman, pela forma como a polarização nacional se reflete na Bahia, o que é possível perceber quando se olha para os números da pesquisa que relacionam a tendência do voto para presidente com o voto para governador.
No primeiro turno, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve 69,73% dos votos válidos, seguido por Jair Bolsonaro (PL), com 24,31%, Ciro Gomes (PDT), com 2,58%, e Simone Tebet (MDB), com 2,34%.
Entre os respondentes que votaram em Lula na primeira parte da eleição, 79,8% disseram que votarão em Jerônimo no segundo turno e 19,7% em ACM Neto. O ex-prefeito da capital baiana, para os entrevistados, mesmo não declarando apoio para presidente, representa o voto antipetista, na medida em que é “herdeiro” de 90,2% dos votos de Ciro, 95% dos que votaram em Bolsonaro, e 86,1% dos que votaram em Tebet.
Segmentação
O postulante ao Palácio de Ondina pelo PT tem 51,6% dos votos masculinos, contra 45,3% de ACM Neto. Já entre as mulheres, 56,2% preferem Jerônimo e 43,2% responderam que votam no ex-prefeito de Salvador no segundo turno. Mesmo vencendo Neto em todos os níveis educacionais, a vantagem de Jerônimo é maior entre os eleitores que têm até o ensino fundamental, onde aparece com 58,1%, frente a 40,9% de Neto.
No quesito faixa etária, Jerônimo tem a preferência de 62,7% entre os que têm de 45 a 59 anos, mas quando se olha os de 16 a 24 anos, ACM Neto tem 54,6% e Jerônimo 45,2%. No quesito renda familiar, ACM Neto só vence Jerônimo no grupo que recebe mais que R$ 10 mil.
O levantamento AtlasIntel/A TARDE apontou também que o ex-presidente Lula repetirá uma vitória no estado com ampla maioria frente a Bolsonaro. A pesquisa mostra que o petista tem 70,8% dos votos válidos, contra 29,2% do atual presidente.
Quando perguntados em quem votaram no primeiro turno e em quem votariam no segundo, 99,3% dos eleitores baianos entrevistados que votaram no ex-presidente disseram que repetirão o voto no dia 30 de outubro. O petista, depois do dia 2, ficou com 30% do eleitorado de Ciro e 33,5% de Tebet, aponta a pesquisa.
Já 99,6% dos entrevistados que votaram no presidente no primeiro domingo deste mês disseram que repetirão o voto no segundo turno. Bolsonaro “herdou”, entre os eleitores da Bahia, 49,4% dos votos em Ciro Gomes e 16,3% dos votos em Simone Tebet.
No estado, Lula vence Bolsonaro em quase todos os segmentos, seja em gênero, nível educacional, idade, região e renda familiar. No quesito religião, os dois têm empate técnico apenas entre os respondentes que se declararam “evangélicos”, com Lula aparecendo com 49,3% e Bolsonaro com 46,8%. O petista vence em todas as outras categorias de religião.
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